domingo, 15 de maio de 2011

Amigas ou Inimigas?!




Era uma vez uma linda princesa chamada Vera que se encontrava perdida num bosque longínquo. Esta andava em missão a pedido de seu pai, pois tinha que encontrar um tesouro que o salvaria de uma morte certa.

No meio do bosque encontrou um rio onde se refrescou e matou a sua sede. Ao erguer o seu rosto das águas limpas e transparentes reparou que na outra margem do rio se encontrava uma figura desumana que a olhava fixamente. Esta, preocupada sem saber o que fazer, pensou logo que podia ser aquela mulher maldosa que queria que seu pai morresse. Apesar de tudo, a princesa tentou não ligar à “figura” e seguiu seu caminho.

Durante a viagem, ia ouvindo uns barulhos como passos leves que a afugentava. Olhava para trás, para a frente, para trás, quando de repente vê à sua frente a mesma mulher que tinha visto horas antes. Esta perguntou-lhe:

- Que procuras tu por estas bandas?

- Eu...eu...ando à procura deee...deee…

- Mas afinal o que tens tu a ver com isso?

Esta, nervosa com a resposta da rapariga, diz-lhe:

- Nada, era só por curiosidade e para saber se precisavas de ajuda para alguma coisa.

- Eu não preciso da tua ajuda, por isso deixa-me continuar o meu caminho. Então, sozinha e em paz, seguiu seu destino.

Passado umas horas de caminhada, avistou ao longe um castelo com um ar assustador, que parecia estar abandonado. Ela entrou e aproximando-se lentamente, ia olhando para todos os lados, a ver se alguém a seguia.

Do outro lado do tempo, encontrava-se a tal figura desumana, sentada numa pedra a pensar numa solução para obrigar a princesa a falar, para esta ter a certeza que ela seria a filha do Rei Sapo.

De repente, apareceu-lhe o chefe, que normalmente era tratado por “o Rato Espertalhão”, e pergunta-lhe:

- Já sabes alguma coisa da rapariga?

- Não chefe, ela é teimosa e não fala nada acerca de seu pai.

- Idiota, tu não sabes fazer nada em condições. Vou mandar-te para o castelo das altas montanhas. Aí farás alguma coisa de jeito.

- Por favor chefe, não me mande para o castelo, eu tenho fobia a aranhas.

- Ahahahahah! Tens fobia a aranhas!? Que raio de assistente é que eu tenho?Já sei, uma medricas de bichos com patas peganhentas que mordem.

- Por favor chefe, suplico-lhe, não me mande para lá!

- Está decidido! Não me venhas com lamechices que não voltarei atrás na minha decisão.

Viajando no tempo.

A princesa, cheia de medo, ouviu umas vozes e foi espreitar. Ela aproxima-se, desvia um pouco a porta e, qual o seu espanto ao ver dois mortos-vivos a discutirem um com o outro. A princesa, curiosa, deixou-se ficar, quando sente nas suas costas umas mãos grandes. Ela olha e, dando um salto, grita:

- Socorro, socorro, um fantasma, socorro.

Mas “ninguém” a ouvia.

Quando começaram a chegar os outros fantasmas, ela não aguentou o medo e desmaiou.

Passadas duas horas, a princesa acorda meia atordoada e vê em sua volta fantasmas, sem cabeças, bruxas, esqueletos, etc.

Estando mais desperta, ela diz:

- Não me façam mal, eu apenas entrei por curiosidade!

- Claro que não! A uma menina tão bonita, não lhe iríamos fazer mal, não é colegas?

E respondendo todos em coro, olhando para ela, disseram:

- Claro chefe! Esta criatura será a nossa escrava. Limpará toda a sujidade, desde teias, bichinhos...

- Bichos não, eu tenho …

- Cala-te, tu fazes o que nós mandámos e não refilas! – disse um dos mortos-vivos.

A Princesa pega então num pano e num balde com água, e começa a esfregar o chão.

Esfregou, esfregou, esfregou, até não poder mais, ou seja, esfregou vezes sem fim.

Quando caiu a noite, a princesa já nem sentia as suas mãos de tanto esfregar.,

Então, um dos mortos-vivos declara-lhe:

- Estas muito cansada! Trabalhaste sem parar e sem refilar, portanto, terás uma cama à tua espera.

- Muito obrigado! – agradeceu ela toda contente.

- Anda comigo, que eu levo-te ao quarto onde irás dormir. – ofereceu-se o “Sem-Cabeças”.

Pegaram numa tocha acesa, para vencer a escuridão na parte de baixo do castelos onde se encontravam as selas, e continuaram o seu caminho. Passaram por muitas selas de prisioneiros, e para sua surpresa, a princesa vê numa delas a diaba que tinha encontrado há dias no bosque. A princesa parou a observá-la e de repente vê que ela estava demasiado magra, notavam-se os ossos todos, ...

Ela agora cheia de medo que a fechassem dentro de uma sela, e ficasse ali a apodrecer, fingiu que se tinha aleijado numa pedra e que não conseguia andar mais.

Então o Sem-Cabeças sem saber o que fazer com a rapariga, deixa-a ficar dentro de uma sala, que ficara ali perto.

Ela, com receio que o Sem-Cabeças a fechasse, mente-lhe:

- Não feches a porta que eu tenho asma, e esta sala não tem janelas.

- Está bem rapariga, mas é só hoje, que eu não quero “ouvir” do meu chefe.

Como a rapariga não conseguia adormecer, pôs-se a ver o que a sala tinha.

Procurou, procurou, até que encontrou, debaixo de umas mantas, uma arca. Ela abre-a e repara que ali se encontrava um objecto pouco comum. A princesa pega nele, observe-o com atenção e apercebe-se que era o órgão que seu pai tanto precisava, para o curar da sua doença.

Então, pega no coração e mete-o no bolso da sua saia.

Sem saber o que fazer, sai da sala, e como não tinha ninguém que a ajudasse, lembrou-se da Diaba que devia estar numa sala ao lado.

Descobre-a sem grandes dificuldades e enche-a logo de perguntas: O que fazia ali ? Como veio lá parar? Onde estavam ao certo?

Depois de lhe responder a todas as perguntas, a Diaba desabafa:

- Nunca mais confio no meu chefe. Nunca mais quero ser má. Nunca mais me meto em sarilhos. Nunca mais.

Então a princesa, com confiança, conta-lhe a sua história e revela que encontrou o coração de que seu pai precisava para melhorar, procurando saber se ela também andava à procura do coração.

- Não te preocupes – respondeu-lhe a Diaba- eu ajudo-te a dar o coração a teu pai e tu em troca tiras-nos daqui.

- Combinado!

No dia seguinte, a princesa acorda bem cedo, (antes dos fantasmas) e começa a trabalhar, como habitualmente.

Quando acaba o seu serviço na cozinha, aparece-lhe o Sem-Cabeças que lhe pergunta:

- Onde vai a menina?

- Eu vou...

- Anda, desembucha!?

- Vou limpar as selas. Ontem quando passamos por lá reparei que estavam todas sujas.

- Está bem, mas não te demores.

Quando se aproximava das selas, reparou que vinha o chefe dos fantasmas todo chateado, então a princesa tentou não ligar e seguiu caminho.

Quando se aproximaram ainda mais, o fantasma vira-se para ela e pergunta-lhe:

- Que fazes tu aqui? Alguém te deixou vir para aqui?

- Eu vim limpar as selas e avisei o Sem-Cabeças que vinha para aqui.

O fantasma não acreditou na rapariga e deixou-se ficar a observá-la, pois ele sabia que o Sem-Cabeças era demasiado “meigo” para os prisioneiros e não era suficientemente mau como os outros.

A princesa pensava para si:

- Quando é que o chefe se irá embora!?

De repente ele vira-se e diz-lhe:

- Vou beber, que estou cheio de sede, quando voltar quero isso tudo limpo.

A princesa despachou-se a ir ao encontro da Diaba e, em conjunto, combinaram o plano de fuga, que ocorreria no dia seguinte. Traçado o plano, a Princesa apressou-se a subir, antes do chefe chegar lá baixo, e desconfiar de algo.

Chegada a noite, a princesa foi deitar-se. A meio da noite, sentiu um barulho que a fez despertar do seu sonho. Levantou-se sobressaltada e foi ver o que tinha acontecido. Dirigiu-se sem reflectir à sela da Diaba e qual o seu espanto ao encontra-la morta no chão ensanguentado. Começa a gritar e a pedir ajuda. Os fantasmas, furiosos por os ter acordado, acodem aos seus gritos.

Quando viu a princesa a chorar, o Sem-Cabeças aproxima-se dela, e pergunta-lhe:

- O que se passa, princesa?

- A diaaaabaaaa morrreuuuuu!

- A diaba o quê? – disseram todos.

- Sim ela morreu! – retorquiu a princesa.

- Eu não consigo ver gente a morrer, acho que vou...

- Não princesa, não, não...

Mas era tarde. A princesa engolira o que parecia ser veneno e jazia agora aos pés dos guardas.

Pegaram nas duas pobres raparigas e puseram-nas fora do castelo.

O plano tinha resultado. A diaba e a princesa todas contentes, correram dali para fora e partiram a toda a velocidade ao encontro de seu pai.

A meio do caminho, a diaba vira-se para a princesa e diz-lhe:

- Tu salvaste-nos, agora é a minha vez de te recompensar.

Quando chegaram à casa da princesa, seu pai estava prestes a morrer, só lhe restavam alguns sopros de vida, então a princesa pega no coração e coloca-o no aparelho que seu pai usava. Esperavam ver logo o pai a melhorar, mas nem um sinal.. Começaram então a cair grossas lágrimas pelos olhos cor do mar da princesa. Mas aconteceu que uma das lágrimas caiu certeira sobre o peito de seu pai, o que o fez despertar do coma onde acabara de megulhar.

O Rei Sapo abre os olhos e vê diante de seus olhos ainda nublados, a Diaba e a princesa abraçadas.

- Como é que vocês se tornaram amigas? – perguntou o Rei Sapo

- É uma longa história! – disse a princesa – Agora descansa. Depois conto-te tudo ao pormenor.

“E viveram felizes para sempre!”



(Ao contrário dos outros fantasmas que viveram infelizes para sempre quando descobriram que tinham sido enganados.)

Catarina Delgado nº5

Mónica Parente nº19

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Storyboard com formas geométricas

Claúdia Ferreira, nº27, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Telmo Borlido, nº25, 7ºC

Storyboard com formas geométricas


Tiago Torre, nº26, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Susana Lage, nº24, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Ruben Lajoso, nº22, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Renato Viana, nº21, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Rafael Viana, nº20, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Miguel Vieito, nº18, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Marta Sousa, nº16, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Filipe Pereira, nº13, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Diogo Araújo, nº10, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Catarina Calheiro, nº7, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Catarina Delgado, nº5, 7ºC

StoryBoard

No dia 15 de Março, exactamente às 11h50, a minha turma foi para a aula de Educação Física.

Rapaz e raparigas entraram para os respectivos balneários e começaram a equipar-se, como habitualmente.

Iniciamos a aula com um jogo de Basquete. A minha equipa era constituída apenas por raparigas, um pouco desajeitadas, enquanto que na equipa adversária estavam os melhores jogadores da turma: o André Rodrigues, o André Rocha e a Inês.

No início do jogo, estava tudo a correr lindamente. A nossa equipa estava a ganhar para surpresa de todos! Aconteceu então algo que não esperava. Estava a driblar, em direcção ao cesto, quando de repente o André Rodrigues se atira literalmente para cima de mim, para me tirar a bola. E aí aconteceu o pior….Comecei a contorcer-me toda. Eram umas dores insuportáveis! O meu dedo não parava de inchar.

Fui ter com o Professor e ele disse que tinha que ir urgentemente ao hospital. Chegou a ambulância, após uma dolorosa espera, e lá fui eu deitada numa maca a morrer de dores. Mal cheguei ao hospital entrei logo para uma sala para fazer o Raio X. Estava em pânico, mas o médico vem ter comigo, e diz-me que afinal não era nada de grave. Apenas uma pequena lesão que passaria ao fim de cinco dias. Tinha sido apenas um susto causado por um entusiasmo excessivo do André aliado a alguma falta de jeito e de atenção.

Quando cheguei à escola, o André, muito preocupado, veio me pedir desculpas.

Eu desculpei-o logo porque sabia que não tinha sido intencional. Naquele momento, a amizade prevalecia .

Catarina Delgado, nº5, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

Ariana Rodrigues, nº4, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

André Rocha, nº2, 7ºC

Storyboard com formas geométricas

André Rodrigues nº1, 7ºC

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Graffiter

Telmo Borlido, nº25, 7ºC

As árvores são especiais!





Ao passar por aí, passei em frente a uma florista que me chamou a atenção. O nome não era nada de especial, mas lá dentro tudo parecia fantasia. As flores que lá havia eram fantásticas, tinham um brilho espectacular.

No fundo da loja havia uma árvore que me chamou particularmente a atenção, não só pela sua beleza, mas porque tinha algo mágico.

Foi então que decidi tocar-lhe, mas antes deveria falar com a senhora do balcão. Perguntei-lhe se podia tocar na planta, sim, porque eu sou educada e não ia tocar na planta sem autorização. Ela disse-me que podia, mas ficou a olhar para mim com uma cara de admiração. Pensei que, pela sua cara, nunca tinha visto uma criança educada.

Não me distrai com mais nada, parecia que estava hipnotizada por aquela árvore! O que teria ela, que me fazia ficar com a visão tão focada? Tinha mesmo de lhe tocar! Pronto, já está, pensei! As folhas daquela árvore eram tão suaves, tão quentes (o que era esquisito). Fiquei bastante tempo a observa-la e a tocar-lhe, mas não aconteceu nada! Como era possível?! Aquela árvore que a minha mente tinha definido como mágica, não tinha nada de especial

Então pensei, pensei e descobri a razão pela qual aquela árvore me parecia tão especial!

Parecia tão especial porque eu nunca tinha verdadeiramente ligado a árvores ou à própria Natureza e agora, finalmente, Deus tinha-me dado um sinal! E soube que as árvores são realmente muito importantes ... e mágicas!

Hoje comemora- se o Dia Internacional das Florestas!

Talvez vá plantar uma árvore.





Ariana Rodrigues, nº4, 7ºC

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um postal Vale Mil Ideias

Marta Sousa, nº16, 7ºC


Quero fazer o mesmo que a Joana. Escrever cartas a pessoas do outro lado, no paraíso. Queria escrever isto em honra de Joana, mas também da Marta. Vocês cometeram um erro terrível. Seguir o caminho das drogas. Tu, Joana, “falavas” com a Marta e dizias que estavas mesmo triste com a sua ausência. E o que é que fizeste passando algum tempo? A mesma asneira. Ao longo dos tempos, a desilusão tornou-se em algo que não te conseguias livrar, e decidis-te então cometer exactamente o mesmo erro. Se pensasses no que aconteceu à Marta, certamente pensavas duas vezes. Podias ter um futuro feliz, mas sempre que pensavas no que viria a seguir, lembravas-te da Marta e isso, arruinou a tua vida, que poderia ter sido muito boa. Era mesmo só isto que queria transmitir. Não é muito, mas isto era de demasiada importância para mim.

Beijos

Marta Sousa, Nº16, 7ºC


A amizade não tem limites

Claúdia Ferreira, nº27, 7ºC


Esta é uma história de sucesso, entre um porco e um E.T…

Aconteceu no ano de 1947, tinha acabado de haver a pior guerra de sempre. A segunda guerra mundial marcara para sempre toda a Humanidade…

Nessa altura ainda ninguém sabia, ou sequer acreditava, que estávamos a ser observados por seres de outro planeta e de outra dimensão, e que esses mesmos seres queriam mudar de planeta pois não estavam satisfeitos com o seu império.

Então querendo os E.T’s saber realmente com o que estavam a lidar decidiram mandar para a Terra Mark, um potencial criminoso que matara a sua família apenas com uma lata de Spray…

Quando chegou à Terra foi recebido por um estranho ser que nunca vira. Era um porco, um porco vulgar na sua pocilga, na sua quinta, no seu lugar. Mas eis que o porco começou a falar com o ET, sim a falar, não a nossa língua , mas a mesma que o ET. Ambos se entendiam perfeitamente, mas eis que surge uma questão: Como é que o porco o entendia sendo de um mundo completamente diferente e distante? Talvez tivesse a mesma origem ou talvez puro e simplesmente a língua dos porcos fosse igual a dos E.T’s.

Contudo era um pouco estranho, mas eles começam a falar:

-Olá!- começou por dizer o porco -Nunca vi ninguém como tu por aqui!

-Não posso falar com estranhos! Estou numa missão fundamental para o meu pais. Adeus, estranho ser cor-de-rosa! E virando a sua cara estranha, disse-lhe que iria seguir caminho por terra que nunca antes pisara.

Então o Porco pensou nos locais por onde o ET teria inevitavelmente de passar: terras desconhecidas, terras onde era possível ver sepulturas da guerra, terras onde muita gente sofria ou morrera pela pátria.

Então o porco que estava farto de ver gente sofrer e morrer disse:

-Espera, chega de mortes, eu vou contigo! Conheço muito bem esta zona e sei onde estão os maiores perigos.

E lá foram os dois, correndo os montes cheios de campas, passando por casas em ruína que outrora foram habitadas, por árvores agora mortas no meio da solidão.

Entretanto o Capitão dos E.T’s começava a preocupar-se e questionou-se: Onde estaria Mark que há 3 dias tinha partido e ainda não dera notícias?

Foi então que decidiu contactá-lo por teleston, uma espécie de comunicador dos ETs.

-Está lá, escuto? Recluso responda…

-Daqui recluso…Diga! -respondeu ele.

-Qual é o relatório que faz do espaço?

-Ainda não consegui descobrir nada, mas há vida neste planeta…Over ! Logo que tenha mais novidades, informo-o.

Terminando assim a conversa o porco perguntou:

-Porque é que não lhe disseste que era seguro atacar?

E Mark ouvindo aquilo virou costas e seguiu caminho… Não sabia o seu destino, apenas queria descansar e poder pensar para ele mesmo.

No dia seguinte saiu bem cedo deixando um bilhete em cima da mesa:

«Eu tinha como objectivo explorar o teu mundo para os meus superiores o conquistarem, mas eis que te encontrei e percebi que não o podia fazer. Porquê? Porquê tirar a vida a estes seres se eles merecem viver…? Foi graças a ti ou por ti que eu consegui acordar para a realidade e perceber que o que estava a fazer era errado. Reparei que ainda há pouco houve um terrível confronto entre vós que causou um número assustador de baixas e vos marcará para sempre. Sei que já sofrestes demasiado . Decidi que não vos iremos atacar…

Despeço-me dizendo:

Obrigado meu amigo, obrigado por tudo. Não te preocupes, estarás sempre comigo, mas noutra dimensão…»

Mal acabou de ler o bilhete, o porco , muito comovido, olhou para o céu e viu uma nave estranha a sobrevoar o planeta, rumo ao infinito espaço do desconhecido.

Cláudia Ferreira 7ºC nº27

Poço do Sonho

Marta Sousa, nº16, 7ºC
Susana Lage, nº24, 7ºC


À medida que a luz do sol desaparecia e a noite voltava, os candeeiros da rua acendiam. O tempo passava e cada vez o frio era maior e eu, sem dinheiro, sem família e sem afectos, não tinha lugar onde ficar. O único lugar que me invadia a memória era a grande sala onde sonhos de milhares de pessoas se concretizaram: O Anfiteatro. Era a sala mais bonita que alguma vez se viu. As paredes estavam cobertas de camadas de tinta de cores que transmitiam uma energia inigualável. Os candelabros formavam as oito pontas de um polígono estrelado e as cadeiras tinham a cor de um vermelho morto. Era ali o sítio ideal para eu também sonhar. Pelo caminho, pessoas olhavam com caras de indiferença para comigo. Apetecia-me chegar ao pé delas e gritar-lhes bem alto que eu era alguém! E que não era menos pessoa por não ter dinheiro, amigos, família ou bens… mas pensando melhor, se calhar até era. Sentia-me mal por esta minha situação, mas como vivia assim há muito tempo, até para mim era indiferente.

Quando finalmente cheguei ao Anfiteatro, as minhas tristezas pareciam acabadas. O que se passava lá fora deixava de me magoar, e só o sonho me importava. A única coisa que se via eram as fracas luzes de presença que se situavam nos cantos da sala e o foco principal que apontava para o meio do palco. Sentei-me numa das muitas cadeiras e preparei-me para a hora mais ansiada do dia: a hora de dormir. Era aí onde eu esquecia tudo. E quando estava quase a cair no poço do sono, ouvi passos. Passos pesados e fortes. Com medo do que poderia acontecer, aninhei-me atrás das cadeiras e de vez em quando espreitava. Aparentemente eram dois homens a fugir da sociedade, com medo que alguém ouvisse a sua conversa. E eu, uma criatura perdida, pensei que talvez não fizesse mal ouvir a tal conversa. Começou então um homem a dizer:

- Luís, tens aqui toda a privacidade do mundo, e o teu segredo será guardado para sempre na minha alma. Estás a vontade. Podes começar quando quiseres, e, descansa, ninguém sabe que estamos aqui.

Que enganado que ele estava. Via-se mesmo que não fazia mínima ideia que eu estava ali, e também, se descobrisse, a minha noite passava de quentinha, confortável e descansada a fria, vergonhosa e infeliz.

- Bem, Mateus, tudo começou há praticamente um ano. Eu estava em casa, sozinho no meu mundo a pensar bem na minha vida, e decidi ir dar um volta. Saí de casa, peguei no carro e parti. Parti para um sítio bem longe, onde pudesse reflectir e descansar sem que ninguém me perturbasse, pois, como sabes, eu vivo num apartamento mesmo no meio da cidade, e já não suporto o barulho, a pressa, o stress, tudo. Então, decidi ir dar uma volta pelo Monte de São Alexandre, o sítio mais terrível para as pessoas, mas para mim, era bonito. E foi quando estacionei o carro à beira da colina, e subi. Lá bem no alto, pus-me a apreciar a vista. Reparei em cada simples detalhe da cidade. Ah, como eu adorava aquele lugar… Tanta luz, tanta beleza, tanta arquitectura… é pena o mundo aos poucos e poucos o andar a estragar sem notar - dizia o tal Luís. E eu a ouvir aquilo, estava cada vez mais confusa. Não percebia o porquê de tanto secretismo. Mas continuei sem me mexer.

- Então, quando eu estava enfeitiçado pela beleza da cidade, ouvi passos e acordei do feitiço. Olhei em redor, levantei-me e tentei perceber de onde vinha os passos – fez uma breve pausa e começou a lacrimejar – só me lembro de me virar e ver uma criatura animal a saltar na minha direcção, e a morder-me o braço. Uma dor extremamente intensa e inacreditável invadiu-me e a criatura fugiu. Eu, quase inconsciente e sem forças, caí no chão – comovida, também eu quase a chorar, e com uma enorme vontade de ver o que se estava passar, levantei-me um pouco. Reparei então que o homem que falava segurava uma mascara branca na mão e estava a chorar. Tinha o cabelo curto, uma ligeira barba e um brinco na orelha direita. E o outro tinha um caderno e estava a escrever à medida que ele falava. Percebi então que o que se estava a passar era uma espécie de entrevista. Só não percebia o tema. Mas logo me esclareci:

- Desde então, comecei a sentir, à noite, uns enormes ardores no braço, e muito calor, como se estivesse constantemente a enrolar-me em cobertores e mantas. E estes sintomas começaram a agravar-se. Até que houve uma noite de lua cheia, em que eu não conseguia dormir. E foi nessa noite que algo aconteceu. Chegou a meia-noite, eu comecei a sentir uma enorme sensação de calor no meu peito. Pior que as outras todas. Como se uma bola de fogo o estivesse a perfurar. E de repente, olho para os meus braços e vejo pelos a crescer, muitos pelos. E as minhas mãos a deformarem-se. E quando olho ao espelho, já não vejo a minha imagem, mas sim a de um lobo. E foi assim que me tornei um lobisomem – Quando ele disse estas palavras. Engoli em seco, não acreditava! Era impossível. Os lobisomens eram personagens inventadas! Mas a convicção com que o homem falava era apaixonante. E foi por isso que eu percebi que aquela história não podia ter sido inventada. Tinha que ser real. Levantei-me novamente e agora, vi já os dois homens a desaparecem na escuridão. O espectáculo tinha acabado. Eu, uma mendiga perdida no mundo, tinha nas minhas mãos umas informações valiosíssimas. Esta noite já não havia mais surpresas. Então, sentei-me na cadeira e adormeci a pensar no que poderia fazer com as informações. Eu podia mudar a minha vida. Podia ser totalmente o oposto do que sou. Podia ter uma vida melhor, mais amigos, podia ter mais valor. Eu sei que dizem que o dinheiro não traz felicidade. Mas não o ter também não. E eu já sabia o que havia de fazer.

Acordei na manha seguinte bastante cedo. Penteei-me o melhor que pude e ajeitei os farrapos que tinha vestido de maneira a não parecer muito mal. Fui à fonte do parque principal e lavei a cara. Dirigi-me então ao jornal mais próximo e pedi para falar com o gerente. Contei-lhe tudo. Tudo o que tinha ouvido na noite passada. Mas como eu esperava, ele não acreditou. Disse que eu andava a ouvir coisas e que já não sabia o que dizia. Mas na minha cabeça só passava uma coisa. Tinha de arranjar provas. Mas onde? Eu era a única pessoa, para além dos dois homens, que estava no Anfiteatro, lá não havia câmaras… ou se calhar havia. Aí estava uma coisa que eu não me lembrava. Fui de imediato para o Anfiteatro procurar alguma coisa que provasse o que eu vi e ouvi. Procurei bastante, até que encontrei o que eu tanto procurava. Uma das muitas câmaras que davam para o palco estava ligada. Estava naquela fita tudo que eu precisava. Mostrei então tudo aos jornalistas. Comecei a ser capa de jornal e o tal lobisomem ficou muito conhecido. Exactamente o contrário que ele queria. Mas eu não me importava. O que interessa que estava a ficar cada vez mais rica. E aos poucos a minha fama aumentou. Comecei então a escrever livros. E descobri que até tinha jeito. Escrevi cada vez mais e os meus livros cada vez mais vendidos. Escrevi imenso depois da experiência que vivi e fui condecorada pela Rainha pelos meus livros serem tão profundos. E tudo começou graças a uma história sobre um lobisomem. E, agora, finalmente percebo.

“O azar de uns é a sorte de outros”

Susana Lage, nº24, 7ºC

Marta Sousa, nº16, 7ºC