quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Patinho Feio



Um dia, andava eu a passear pelo meu jardim, quando reparei num ninho entre dois arbustos. Aproximei-me e qual o meu espanto ao ver que lá dentro se encontrava um ovo de pato ligeiramente rachado. Peguei nele e fui logo ansiosa dizer à minha mãe. Mas pelo caminho, o ovo caiu-me das mãos e partiu-se. Quando olhei para aquilo só me apetecia chorar. De repente vi surgir umas patinhas muito pequenas e finas e um bico amarelinho. Peguei no patinho e vi que ele era feio como a escuridão da noite. O seu bico apresentava umas manchas pretas, e as suas penas eram pretas e com umas bolinhas cinzentas. Voltei a pô-lo no ninho para ninguém saber que no jardim da minha casa tinha nascido um pato feio.

No dia seguinte, fui ao ninho ver se ele ainda lá estava, mas quando ergo a cabeça e os olhos para dentro do ninho, o pato já lá não estava. Eu contente, por um lado, um pouco decepcionado, por outro, fui para dentro, para tomar o pequeno almoço.

Passados alguns dias, descobri no ninho mais ovos de patos, mas com receio de ser outro pato feio, nem sequer fui mostrar à minha mãe.

Andei dias, e dias, e dias, a pensar na maldade que tinha feito aquele patinho feio e achava que, se calhar, ele se tinha ido embora com o medo que os outros gozassem com ele.

Então, saí de casa a correr, e fui procurar o patinho feio, para voltar a pô-lo no ninho junto dos seus irmãos. Mas, no preciso momento em que estava a sair do portão, vi o patinho feio, junto ao muro da minha casa. Peguei nele e pu-lo no ninho. Ao pousá-lo, reparei que lá se encontravam variadíssimos patos, de variadíssimas formas, cores e feitios, mas eram todos muito bonitos. Não havia nenhum pato preto. Foi então que decidi ficar com o meu patinho feio. Pois no meio dos outros iria certamente ser discriminado. Ao voltar para casa eu só pensava: “Não é a beleza que conta, o que importa é como ele é por dentro, não por fora.”

Decidi contar aos meus pais e aos meus amigos a novidade.

Passaram seis meses, e já estávamos no Verão.

O patinho feio tinha crescido tanto, que se tornara num belo cisne branco com umas patas grandes e laranjas e um bico bicudo com manchinhas douradas. Era único!

Os meus colegas ficaram todos cheios de inveja por eu ter aquele maravilhoso cisne e pediram-me se podiam ficar com um dos seus irmãos, que estavam no ninho, para terem a mesma sorte que eu tive.

Os dias foram passando, e o meu cisne ficava cada vez mais encantador. Decidi baptizá-lo. Dei-lhe o nome de Black.


Catarina Delgado nº5, 7ºC