quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os Sonhos do Sonho



Estava eu sentada na cama a pensar:

- Estou ansiosa para fazer dezoito anos. Assim, posso fazer tudo o que sempre quis!

A parede, pintada de azul, parecia agora preta, com a escuridão do meu quarto. E eu pensava em tudo o que podia fazer. Pensei que estava em França, que à minha frente estava o fantástico museu do Louvre. Enquanto entrava, estava na esperança de encontrar, na ala norte, o curioso cadáver de Jacques Seúnere, o grande e misterioso homem do livro “O Código da Vinci” que outrora lera. Eu sabia que era impossível, mas a alegria de estar no Louvre ultrapassava qualquer limite. Olho para o primeiro quadro, e este chama o meu nome. Fiquei estupefacta, mas pouco depois, percebi que era a minha irmã, no mundo real, a acordar-me. Pois tinha adormecido

Pouco tempo depois, já estava a dormir outra vez. E agora, sonhei que era uma professora muito bem sucedida. Todas as minhas turmas eram excelentes, porque os alunos faziam a gentileza de se portarem bem e de estudarem. No meu sonho, eu também vivia no seio de uma família estruturada e alegre. De classe média alta e com os filhos mais bonitos e fofinhos do mundo. Neste sonho, eu tinha grande parte da minha família viva, e conseguia apenas comunicar com os poucos que já faleceram através de uma tecnologia avançada.

Abro os olhos e vejo o tecto branco e a janela aberta. O relógio de cabeceira marcava quatro horas da tarde. E eu já tinha dormido e sonhado duas vezes!

Levantei-me e fui ver televisão para a cozinha, e logo uma notícia chama a minha atenção. A poluição tinha diminuído, graças a uns métodos científicos que tinham inventado que retiam toda a poluição existente na atmosfera e no mar. Fiquei alegre, finalmente uma boa notícia. Sai da cadeira e preparei uma taça de cereais para comemorar. E logo a seguir, outra notícia me chamou a atenção. O número de idosos e crianças abandonados nas ruas diminuíra drasticamente, graças a abertura de lares e infantários. E também graças a campanhas publicitárias e incentivadoras. Fiquei ainda mais alegre! E comi outra taça de cereais.

De repente, ouvi um barulho estranho. E quando dou por mim, estou no meu quarto, tudo escuro, janela fechada. O relógio marcava seis horas da manhã. Então percebi…

Isto tudo não passava de um sonho!

Susana Lage Nº24 7ºC