terça-feira, 29 de março de 2011

Garrafas e companhia



João era um rapaz que trabalhava numa empresa de encaixotar garrafas chamada «Garrafas e companhia». Ele gostava de lá trabalhar pois o trabalho não era duro, tinha bastantes amigos e ganhava o suficiente para viver.

João era um rapaz alto de cabelo grande com caracóis e olhos castanhos.

Não tinha mãe nem pai, só tinha uma tia, mas ela vivia longe e ele só ia visitá-la quando o patrão lhe dava bilhetes grátis para o comboio.

De manhã cedo, antes de ir para o trabalho, o João reparou que o seu cabelo estava volumoso de mais e demasiado hirto, até pôs uns óculos de sol em cima dele para ver se baixava, mas não baixou e João ficou preocupado com a hipótese do cabelo partir alguma garrafa.

Foi então que, depois da hora do almoço, quando o João estava muito perto do tapete das garrafas, o seu cabelo grande e volumoso ficou preso numa pinça. João pela primeira vez sentiu a sensação de voar. Ele conhecia bem as funções da maquinaria e sabia que ia parar dentro duma caixa, e foi isso que aconteceu.

O João ficou três horas dentro da caixa e só saiu quando um colega se chegou perto da caixa pois era invulgar ver uma a mexer. Abriu-a e imediatamente o João saiu de lá a dizer que estava quase a ficar sem ar.

O João aprendeu que, quando o seu cabelo estivesse naquele estado (esquisito ou volumoso demais) o melhor a fazer seria pôr um capacete na cabeça, e, de preferência, um capacete com fivelas bem apertadas porque ainda havia a hipótese do capacete sair.


Ariana Rodrigues, nº4, 7ºC