terça-feira, 29 de março de 2011

Eu sei que sou diferente...





Era uma vez uma rapariga chamada Maria, que andava num colégio, mas detestava.

A Maria era alta, tinha olhos esverdeados, o cabelo comprido, e tinha a cabeça muito grande. Ela adorava andar de escorrega.

Os amigos da Maria gozavam com ela por ter a cabeça grande e andar de escorrega, e, cada vez que ela saía da sala de aula, ela era gozada pelos colegas.

Numa manhã, depois de ter sido novamente gozada, a Maria desatou a gritar, dizendo que tinha a cabeça grande, sim! , mas que gostava de ser como era e também, gostava de andar de escorrega, sim!, porque era uma tradição de família. Ela reconhecia que era diferente de todos os seus colegas do colégio, porque era a única que pertencia a raça dos cabeçudos, todos tinha «cabeça grande e orelhas pequenas». Como seria de esperar, todos se começaram a rir. Então, já sem fôlego, desanimada mas ainda não vencida, continuou:

- Basta! Metam-se na minha pele e vejam como eu sofro. Todos os dias quando entro ou saio da sala de aula vocês, todos, gozam comigo. E se fossem vocês? Porque não aceitam as diferenças? Querem levar uma cabeçada?

Todos ficaram mudos.

A partir desse dia ninguém se meteu mais com ela, tudo lhe corria bem, e até tinha conseguido alguns amigos, que gostavam dela não pela sua aparência, mas pela maneira de ser. Ou seria por medo de levar uma cabeçada?

Catarina Calheiros, nº7, 7ºC