quarta-feira, 13 de abril de 2011
As árvores são especiais!
Ao passar por aí, passei em frente a uma florista que me chamou a atenção. O nome não era nada de especial, mas lá dentro tudo parecia fantasia. As flores que lá havia eram fantásticas, tinham um brilho espectacular.
No fundo da loja havia uma árvore que me chamou particularmente a atenção, não só pela sua beleza, mas porque tinha algo mágico.
Foi então que decidi tocar-lhe, mas antes deveria falar com a senhora do balcão. Perguntei-lhe se podia tocar na planta, sim, porque eu sou educada e não ia tocar na planta sem autorização. Ela disse-me que podia, mas ficou a olhar para mim com uma cara de admiração. Pensei que, pela sua cara, nunca tinha visto uma criança educada.
Não me distrai com mais nada, parecia que estava hipnotizada por aquela árvore! O que teria ela, que me fazia ficar com a visão tão focada? Tinha mesmo de lhe tocar! Pronto, já está, pensei! As folhas daquela árvore eram tão suaves, tão quentes (o que era esquisito). Fiquei bastante tempo a observa-la e a tocar-lhe, mas não aconteceu nada! Como era possível?! Aquela árvore que a minha mente tinha definido como mágica, não tinha nada de especial
Então pensei, pensei e descobri a razão pela qual aquela árvore me parecia tão especial!
Parecia tão especial porque eu nunca tinha verdadeiramente ligado a árvores ou à própria Natureza e agora, finalmente, Deus tinha-me dado um sinal! E soube que as árvores são realmente muito importantes ... e mágicas!
Hoje comemora- se o Dia Internacional das Florestas!
Talvez vá plantar uma árvore.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Um postal Vale Mil Ideias
Quero fazer o mesmo que a Joana. Escrever cartas a pessoas do outro lado, no paraíso. Queria escrever isto em honra de Joana, mas também da Marta. Vocês cometeram um erro terrível. Seguir o caminho das drogas. Tu, Joana, “falavas” com a Marta e dizias que estavas mesmo triste com a sua ausência. E o que é que fizeste passando algum tempo? A mesma asneira. Ao longo dos tempos, a desilusão tornou-se em algo que não te conseguias livrar, e decidis-te então cometer exactamente o mesmo erro. Se pensasses no que aconteceu à Marta, certamente pensavas duas vezes. Podias ter um futuro feliz, mas sempre que pensavas no que viria a seguir, lembravas-te da Marta e isso, arruinou a tua vida, que poderia ter sido muito boa. Era mesmo só isto que queria transmitir. Não é muito, mas isto era de demasiada importância para mim.
Beijos
Marta Sousa, Nº16, 7ºC
A amizade não tem limites
Esta é uma história de sucesso, entre um porco e um E.T…
Aconteceu no ano de 1947, tinha acabado de haver a pior guerra de sempre. A segunda guerra mundial marcara para sempre toda a Humanidade…
Nessa altura ainda ninguém sabia, ou sequer acreditava, que estávamos a ser observados por seres de outro planeta e de outra dimensão, e que esses mesmos seres queriam mudar de planeta pois não estavam satisfeitos com o seu império.
Então querendo os E.T’s saber realmente com o que estavam a lidar decidiram mandar para a Terra Mark, um potencial criminoso que matara a sua família apenas com uma lata de Spray…
Quando chegou à Terra foi recebido por um estranho ser que nunca vira. Era um porco, um porco vulgar na sua pocilga, na sua quinta, no seu lugar. Mas eis que o porco começou a falar com o ET, sim a falar, não a nossa língua , mas a mesma que o ET. Ambos se entendiam perfeitamente, mas eis que surge uma questão: Como é que o porco o entendia sendo de um mundo completamente diferente e distante? Talvez tivesse a mesma origem ou talvez puro e simplesmente a língua dos porcos fosse igual a dos E.T’s.
Contudo era um pouco estranho, mas eles começam a falar:
-Olá!- começou por dizer o porco -Nunca vi ninguém como tu por aqui!
-Não posso falar com estranhos! Estou numa missão fundamental para o meu pais. Adeus, estranho ser cor-de-rosa! E virando a sua cara estranha, disse-lhe que iria seguir caminho por terra que nunca antes pisara.
Então o Porco pensou nos locais por onde o ET teria inevitavelmente de passar: terras desconhecidas, terras onde era possível ver sepulturas da guerra, terras onde muita gente sofria ou morrera pela pátria.
Então o porco que estava farto de ver gente sofrer e morrer disse:
-Espera, chega de mortes, eu vou contigo! Conheço muito bem esta zona e sei onde estão os maiores perigos.
E lá foram os dois, correndo os montes cheios de campas, passando por casas em ruína que outrora foram habitadas, por árvores agora mortas no meio da solidão.
Entretanto o Capitão dos E.T’s começava a preocupar-se e questionou-se: Onde estaria Mark que há 3 dias tinha partido e ainda não dera notícias?
Foi então que decidiu contactá-lo por teleston, uma espécie de comunicador dos ETs.
-Está lá, escuto? Recluso responda…
-Daqui recluso…Diga! -respondeu ele.
-Qual é o relatório que faz do espaço?
-Ainda não consegui descobrir nada, mas há vida neste planeta…Over ! Logo que tenha mais novidades, informo-o.
Terminando assim a conversa o porco perguntou:
-Porque é que não lhe disseste que era seguro atacar?
E Mark ouvindo aquilo virou costas e seguiu caminho… Não sabia o seu destino, apenas queria descansar e poder pensar para ele mesmo.
No dia seguinte saiu bem cedo deixando um bilhete em cima da mesa:
«Eu tinha como objectivo explorar o teu mundo para os meus superiores o conquistarem, mas eis que te encontrei e percebi que não o podia fazer. Porquê? Porquê tirar a vida a estes seres se eles merecem viver…? Foi graças a ti ou por ti que eu consegui acordar para a realidade e perceber que o que estava a fazer era errado. Reparei que ainda há pouco houve um terrível confronto entre vós que causou um número assustador de baixas e vos marcará para sempre. Sei que já sofrestes demasiado . Decidi que não vos iremos atacar…
Despeço-me dizendo:
Obrigado meu amigo, obrigado por tudo. Não te preocupes, estarás sempre comigo, mas noutra dimensão…»
Mal acabou de ler o bilhete, o porco , muito comovido, olhou para o céu e viu uma nave estranha a sobrevoar o planeta, rumo ao infinito espaço do desconhecido.
Cláudia Ferreira 7ºC nº27
Poço do Sonho
À medida que a luz do sol desaparecia e a noite voltava, os candeeiros da rua acendiam. O tempo passava e cada vez o frio era maior e eu, sem dinheiro, sem família e sem afectos, não tinha lugar onde ficar. O único lugar que me invadia a memória era a grande sala onde sonhos de milhares de pessoas se concretizaram: O Anfiteatro. Era a sala mais bonita que alguma vez se viu. As paredes estavam cobertas de camadas de tinta de cores que transmitiam uma energia inigualável. Os candelabros formavam as oito pontas de um polígono estrelado e as cadeiras tinham a cor de um vermelho morto. Era ali o sítio ideal para eu também sonhar. Pelo caminho, pessoas olhavam com caras de indiferença para comigo. Apetecia-me chegar ao pé delas e gritar-lhes bem alto que eu era alguém! E que não era menos pessoa por não ter dinheiro, amigos, família ou bens… mas pensando melhor, se calhar até era. Sentia-me mal por esta minha situação, mas como vivia assim há muito tempo, até para mim era indiferente.
Quando finalmente cheguei ao Anfiteatro, as minhas tristezas pareciam acabadas. O que se passava lá fora deixava de me magoar, e só o sonho me importava. A única coisa que se via eram as fracas luzes de presença que se situavam nos cantos da sala e o foco principal que apontava para o meio do palco. Sentei-me numa das muitas cadeiras e preparei-me para a hora mais ansiada do dia: a hora de dormir. Era aí onde eu esquecia tudo. E quando estava quase a cair no poço do sono, ouvi passos. Passos pesados e fortes. Com medo do que poderia acontecer, aninhei-me atrás das cadeiras e de vez em quando espreitava. Aparentemente eram dois homens a fugir da sociedade, com medo que alguém ouvisse a sua conversa. E eu, uma criatura perdida, pensei que talvez não fizesse mal ouvir a tal conversa. Começou então um homem a dizer:
- Luís, tens aqui toda a privacidade do mundo, e o teu segredo será guardado para sempre na minha alma. Estás a vontade. Podes começar quando quiseres, e, descansa, ninguém sabe que estamos aqui.
Que enganado que ele estava. Via-se mesmo que não fazia mínima ideia que eu estava ali, e também, se descobrisse, a minha noite passava de quentinha, confortável e descansada a fria, vergonhosa e infeliz.
- Bem, Mateus, tudo começou há praticamente um ano. Eu estava em casa, sozinho no meu mundo a pensar bem na minha vida, e decidi ir dar um volta. Saí de casa, peguei no carro e parti. Parti para um sítio bem longe, onde pudesse reflectir e descansar sem que ninguém me perturbasse, pois, como sabes, eu vivo num apartamento mesmo no meio da cidade, e já não suporto o barulho, a pressa, o stress, tudo. Então, decidi ir dar uma volta pelo Monte de São Alexandre, o sítio mais terrível para as pessoas, mas para mim, era bonito. E foi quando estacionei o carro à beira da colina, e subi. Lá bem no alto, pus-me a apreciar a vista. Reparei em cada simples detalhe da cidade. Ah, como eu adorava aquele lugar… Tanta luz, tanta beleza, tanta arquitectura… é pena o mundo aos poucos e poucos o andar a estragar sem notar - dizia o tal Luís. E eu a ouvir aquilo, estava cada vez mais confusa. Não percebia o porquê de tanto secretismo. Mas continuei sem me mexer.
- Então, quando eu estava enfeitiçado pela beleza da cidade, ouvi passos e acordei do feitiço. Olhei em redor, levantei-me e tentei perceber de onde vinha os passos – fez uma breve pausa e começou a lacrimejar – só me lembro de me virar e ver uma criatura animal a saltar na minha direcção, e a morder-me o braço. Uma dor extremamente intensa e inacreditável invadiu-me e a criatura fugiu. Eu, quase inconsciente e sem forças, caí no chão – comovida, também eu quase a chorar, e com uma enorme vontade de ver o que se estava passar, levantei-me um pouco. Reparei então que o homem que falava segurava uma mascara branca na mão e estava a chorar. Tinha o cabelo curto, uma ligeira barba e um brinco na orelha direita. E o outro tinha um caderno e estava a escrever à medida que ele falava. Percebi então que o que se estava a passar era uma espécie de entrevista. Só não percebia o tema. Mas logo me esclareci:
- Desde então, comecei a sentir, à noite, uns enormes ardores no braço, e muito calor, como se estivesse constantemente a enrolar-me em cobertores e mantas. E estes sintomas começaram a agravar-se. Até que houve uma noite de lua cheia, em que eu não conseguia dormir. E foi nessa noite que algo aconteceu. Chegou a meia-noite, eu comecei a sentir uma enorme sensação de calor no meu peito. Pior que as outras todas. Como se uma bola de fogo o estivesse a perfurar. E de repente, olho para os meus braços e vejo pelos a crescer, muitos pelos. E as minhas mãos a deformarem-se. E quando olho ao espelho, já não vejo a minha imagem, mas sim a de um lobo. E foi assim que me tornei um lobisomem – Quando ele disse estas palavras. Engoli em seco, não acreditava! Era impossível. Os lobisomens eram personagens inventadas! Mas a convicção com que o homem falava era apaixonante. E foi por isso que eu percebi que aquela história não podia ter sido inventada. Tinha que ser real. Levantei-me novamente e agora, vi já os dois homens a desaparecem na escuridão. O espectáculo tinha acabado. Eu, uma mendiga perdida no mundo, tinha nas minhas mãos umas informações valiosíssimas. Esta noite já não havia mais surpresas. Então, sentei-me na cadeira e adormeci a pensar no que poderia fazer com as informações. Eu podia mudar a minha vida. Podia ser totalmente o oposto do que sou. Podia ter uma vida melhor, mais amigos, podia ter mais valor. Eu sei que dizem que o dinheiro não traz felicidade. Mas não o ter também não. E eu já sabia o que havia de fazer.
Acordei na manha seguinte bastante cedo. Penteei-me o melhor que pude e ajeitei os farrapos que tinha vestido de maneira a não parecer muito mal. Fui à fonte do parque principal e lavei a cara. Dirigi-me então ao jornal mais próximo e pedi para falar com o gerente. Contei-lhe tudo. Tudo o que tinha ouvido na noite passada. Mas como eu esperava, ele não acreditou. Disse que eu andava a ouvir coisas e que já não sabia o que dizia. Mas na minha cabeça só passava uma coisa. Tinha de arranjar provas. Mas onde? Eu era a única pessoa, para além dos dois homens, que estava no Anfiteatro, lá não havia câmaras… ou se calhar havia. Aí estava uma coisa que eu não me lembrava. Fui de imediato para o Anfiteatro procurar alguma coisa que provasse o que eu vi e ouvi. Procurei bastante, até que encontrei o que eu tanto procurava. Uma das muitas câmaras que davam para o palco estava ligada. Estava naquela fita tudo que eu precisava. Mostrei então tudo aos jornalistas. Comecei a ser capa de jornal e o tal lobisomem ficou muito conhecido. Exactamente o contrário que ele queria. Mas eu não me importava. O que interessa que estava a ficar cada vez mais rica. E aos poucos a minha fama aumentou. Comecei então a escrever livros. E descobri que até tinha jeito. Escrevi cada vez mais e os meus livros cada vez mais vendidos. Escrevi imenso depois da experiência que vivi e fui condecorada pela Rainha pelos meus livros serem tão profundos. E tudo começou graças a uma história sobre um lobisomem. E, agora, finalmente percebo.
“O azar de uns é a sorte de outros”
Susana Lage, nº24, 7ºC
Marta Sousa, nº16, 7ºC
Revolução da Vida
Quando eu tinha 22 anos não passava de um pequeno marginal, que só andava pelas ruas a fazer asneiras. Eu não queria trabalhar, não queria fazer esforços para ter o meu dinheiro ao fim do mês. Apenas queria passar o dia a vadiar e arranjar dinheiro sujo. Eu tinha bastantes amigos na verdade, mas nenhum tinha um passado limpo. Para dizer a verdade eu não era feliz. Apenas fazia aquilo por não ter estudos para arranjar um trabalho e ganhar honestamente o meu dinheiro.
Um dia estava a assaltar uma caixa multi-banco, mas, infelizmente para mim alguém me estava a observar e não hesitou em chamar a polícia, que chegou rapidamente …Eu ainda tentei fugir, mas não tive hipóteses e fui parar à esquadra. O comandante da esquadra tinha de tomar uma decisão difícil: mandar-me para tribunal ou dar-me mais uma oportunidade. Acontece que eu já tinha sido libertado várias vezes, tinha prometido dezenas de vezes emendar, mas eu fraquejava sempre. Isto tornava a sua decisão ainda mais difícil. Talvez com pena da minha triste sorte, fui mais uma vez ilibado, mas seria a minha última oportunidade e desta vez seria diferente. Disseram-me que tinha que arranjar um emprego honesto até ao final do mês.
Eu estava aflito, ninguém me ia aceitar num trabalho com as minhas poucas qualificações e o meu historial. Pensei até em sair do país, mas não tinha dinheiro para tal.
Já voltamos a mim…Agora vou falar-vos de um tubarão. Era um tubarão branco com uns dentes afiados como serras. Este tubarão era um matador nato, como qualquer outro tubarão, mas ele não matava para se poder alimentar. Não era uma questão de sobrevivência. Ele matava por satisfação. Era o rei dos oceanos e foi criando alguns inimigos, dos quais se destacam um grupo de baleias que há muito se queria vingar de tal monstro. Numa noite muito fria, este grupo de baleias atacou de surpresa o malvado tubarão. Este era forte, e até deu bastante luta, mas as baleias eram muitas e o tubarão acabou por ser derrotado. Inconsciente e ferido de morte, foi parar, levado pela corrente, à costa de uma praia.
Voltando a mim. Um dia recebi a informação de que um primo meu de segundo grau que eu nunca tinha conhecido, tinha falecido. Este primo não tinha nenhuma família directa, pelo que eu era o seu único herdeiro. Fiquei surpreendido com a notícia, mas feliz pois, pela primeira vez na minha vida, tinha conseguido dinheiro de uma forma honesta. Ainda mal refeito da notícia, fui até à praia passear. Sentado na areia pensava na minha sorte, mas também sabia que isto não resolvia o meu problema…ainda tinha de descobrir uma forma de conseguir emprego. Andando pela praia, deparei-me com um tubarão…aquele tubarão….o que era um assassino nato. Vi que ele estava bastante ferido, e senti um aperto no coração…Ver um animal tão poderoso neste estado!... Os animais eram uma paixão para mim, tinha de fazer algo. Decidi começar a investir o meu dinheiro herdado numa causa justa. Chamei logo um veterinário, o qual tratou excelentemente do tubarão, mas ele tinha que ficar uns dias a recuperar. Foi aí que me surgiu uma ideia! Como tinha dinheiro, decidi criar uma associação de ajuda aos animais. E a minha ideia concretizou-se. Criei o meu próprio emprego…
Comecei por comprar uma casa, numa grande quinta onde poderia guardar e tratar os animais feridos. De seguida mandei construir aquários, jaulas, gaiolas ….e comecei a recolher animais feridos ou abandonados. Tornei-me famoso nas redondezas, uma coisa que nunca tinha esperado na minha vida inteira. Como tinha finalmente um emprego também a polícia me deixou em paz.
O tubarão ficou com alguns ferimentos graves, irrecuperáveis e eu, claro, acabei por ficar com ele.
Eu agora era feliz…e tinha o meu coração a palpitar de alegria.
Dois anos depois, eu tinha salvo tantos animais que não podia sequer contá-los. Era uma sensação maravilhosa! Eu tinha passado de marginal a boa pessoa. Sentia-me útil!
Agora tenho 78 anos e já não posso tratar dos meus queridos animais sozinho…. Mas estou descansado, pois sei que o meu filho ( Sim, entretanto casei e tive um filho, imaginem!) continuará o meu trabalho e sei que ele não me desiludirá porque partilha do meu amor pelos animais.
O Acidente
Ariana Rodrigues nº4
Há muito, muito tempo, no tempo em que os animais falavam e que as galinhas tinham dentes, no meio do deserto, vivia um peixe verde no único oásis das redondezas. Este peixe sofria neste labirinto de solidão e sonhava um dia conhecer os grandes mares de que seu pai falava quando lhe contava histórias para adormecer. Sentia-se sozinho porque era o único peixe que tinha sobrevivido a uma peste negra.
Um dia, perto do oásis do peixe, caiu um avião que tinha ficado sem gasolina. O avião transportava aves de um zoo de França para um zoo de Austrália. Deste trágico acidente só sobreviveram o piloto e duas das aves, um pato amarelo muito raro e um pássaro azul também muito invulgar. Com muita sede os três sobreviventes caminharam, caminharam dias a fio e quando já lhes começavam a faltar as forças, avistaram o oásis e correram para ele, para se saciarem. De repente o pequeno peixe solitário salta da água e cumprimenta os estranhos. Há muito que não via viva alma por ali por isso o peixe sentiu muito espanto, mas também muita felicidade. Começou por dizer:
- Olá. Eu sou o peixe… Verde. Há muito que não vejo gente por aqui. Como é que vocês vieram cá parar?
- O nosso avião despenhou-se, todos os nossos amigos morreram, fomos os únicos que sobreviveram ao acidente. Também sobreviveu o piloto, aquele que está ali a tomar banho – disseram , em coro, o pato e o pássaro.
-Que ser tão estranho é aquele? Nunca vi daquilo na minha vida.
- É um ser humano, lá de onde nos viemos havia muitos, vinham ver-nos todos os dias e cuidavam de nós.
Para o peixe tudo aquilo era novidade. Nesse momento sentiu-se muito melhor. O coração palpitava de alegria, escorria sangue por dentro como fosse chuva abençoada. Queria muito ser amigo deles, finalmente poderia ter alguém com quem conversar.
-Vocês querem ser meus amigos? – Perguntou o peixe.
-Sim, porque não?
-Ainda bem, sinto-me sozinho há muitos anos …Desde aquela malfadada peste que não tenho ninguém com quem falar.
-Houve uma peste?
-Sim, todos os peixes morreram… só eu sobrevivi!
-Fogo, que má sorte!
-Mas finalmente vocês apareceram e já tenho alguém com quem conversar!
Os animais acabaram por ficar óptimos amigos. No Oásis, construíram uma casa com os ramos das escassas árvores e folhas da única palmeira ali existente. Todos os dias o piloto cozinhava para as duas aves enquanto que o peixe continuava a alimentar-se das ervas que existiam no fundos das águas límpidas do lago.
Tudo estava fantástico, mas de repente ouve-se o som de um avião a aproximar-se. Olham para o céu e, por cima deles, passa um Airlines que , ao vê-los a esbracejar, desesperadamente , lança uma escada para a qual, com muito espanto e alegria, o piloto sobe. Já no avião, o piloto fala com o comandante e pede-lhe que baixe uma gaiola e um aquário, e o foi o que aconteceu. O pássaro azul e o pato amarelo subiram na gaiola enquanto o peixe subiu no aquário. Voaram durante muito tempo. O peixe por um lado estava triste por deixar o sítio onde nascera, mas também se sentia feliz porque finalmente poderia conhecer outras terras. Ao chegar à Austrália, já no zoo, o peixe e as duas aves foram acolhidos com o maior carinho. O peixe teve algumas dificuldades em adaptar ao seu novo habitat, mas com o tempo tudo ficou bem.
O grupo de amigos acabou por ser condecorado por ter passado tantos dias no deserto e ter sobrevivido para contar esta história maravilhosa!
Tiago Torre, nº26, Ariana Rodrigues nº4, Migue Vieito,nº18, 7ºC
A missão
André Lourenço, nº3, 7ºC
Numa tarde de sol, um jovem rapaz estava a trabalhar no zoo marinho em Lisboa. Foi dar uma vista de olhos pelos animais do aquário, entretanto reparou que num deles havia uma lagosta que parecia muito doente. O jovem tinha de ver o que a lagosta tinha. Vestiu o fato de mergulho e entrou no tanque, pegou nela e levou-a para um tanque especial, onde ficavam os animais doentes ou feridos. Fez várias análise à lagosta e descobriu que esta tinha uma doença extremamente rara, e ficou desolado pois sabia que o zoo não teria dinheiro suficiente para comprar os remédios necessários para a curar.
No dia seguinte, a caminho do zoo, reparou num poster afixado numa parede que anunciava um concurso de graffiti: o melhor graffiti ganhava um prémio de dois mil euros. Então como ele tinha jeito para o desenho, em especial com latas de tinta, decidiu inscrever-se. Faltavam dois dias para o concurso e a lagosta estava a ficar cada vez pior. No dia do concurso, ele deu o seu melhor pois sabia que esta era a grande oportunidade para salvar a sua tão amada lagosta. Quando chegou a hora de anunciar o vencedor, todos estavam nervosos, mas ao mesmo tempo ansiosos. Finalmente o júri anunciou o nome do vencedor. Ao ouvir o seu nome, o jovem rapaz explodiu de contente e, muito emocionado, foi receber o seu tão desejado, mas merecido prémio. Pegou no prémio e, no seu grande e bonito camião de transporte de animais e dirigiu-se para o zoo marinho. Pegou na lagosta, pô-la num aquário e foi ao veterinário com a lagosta. Pagou o tratamento com o dinheiro do prémio e esperou pela recuperação da lagosta. Esta, ao ver o quanto o rapaz gostava dela, começou a melhorar e em pouco tempo estava de pé. O rapaz ficou todo contente, claro, pois sentiu que o concurso não tinha sido em vão já que tinha conseguido salvar a lagosta. A partir desse dia o rapaz e lagosta tornaram-se inseparáveis.
André Lourenço, nº3, 7ºC
Ruben Lajoso, nº22, 7ºC
Telmo Borlido, nº25,7ºC
A vida de uma banda
Era uma vez dois grandes amigos chamados Firmino, um tucano e o Fredo, um touro. Eles conheceram-se na PlayBoyMansion e cedo descobriram que partilhavam o mesmo sonho: serem estrelas de rock. Eles achavam que esse sonho era impossível de se concretizar até que um manager, conhecido a nível internacional, chamado D.j. Manucho, célebre por ter sido um dos managers dos Beatles viu uma das suas actuaçóes num bar da zona. O D.j. Manucho gostou muito do concerto e foi falar com eles no final da sua actuação, convidando-os para irem fazer uns castings ao seu auditório, que ficava em Londres. Ficaram radiantes com o convite de um manager tão conceituado como o D.j. Manucho. Aceitaram o convite de imediato e uma semana depois estavam em Londres a fazer as “provas”.
O D.j. adorou-os e decidiu formar uma banda com eles e mais dois músicos mundialmente conhecido: os grandiosos Synyster Gates e Mike Portnoy. Os quatro músicos formaram uma banda a que chamaram YouJizz. Firmino era o vocalista dos YouJizz, Fredo era o baixista, Synyster Gates era o guitarrista e Mike Portnoy o baterista.
De início não tiveram grande êxito, mas com o passar do tempo e com um tão bom manager conseguiram actuar nos maiores palcos mundiais e também editaram vários discos de entre os quais se destacou o álbum “Triple X”, o maior sucesso da banda e o que deu mais lucro.
Com o passar dos anos, este grupo ficou conhecido como uma das melhores bandas de sempre, mas com o esforço que era necessário para actuar noites inteiras começaram a tomar drogas.
No final do 10º aniversário da banda, o Fredo exagerou na dose de droga, heroína e cocaína, e infelizmente, morreu em palco. Os restantes membros ficaram muito abalados com a morte do seu amigo e pararam de tocar durante algum tempo. Infelizmente, para esquecer a morte do amigo, não conseguiram deixar de consumir drogas até que Synyster Gates e Mike Portnoy também morrem algum tempo depois de overdose.
Firmino, o último membro da banda, como entretanto tinha constituído família, resolveu mudar radicalmente a sua vida: deixou a droga e a música para se dedicar inteiramente à família.
Ele ainda hoje está entre nós e é um embaixador da Paz. Costuma viajar pelo mundo, dando palestras onde aconselha todos os jovens a não se meterem nas drogas e dá sempre o exemplo dos seus grandes amigos da banda YouJizz.
Daniel Parente, nº8, 7ºC
André Rocha, nº2, 7ºC
André Rodrigues, nº1, 7ºC
O Sonho de dois Flamingos
Se existem sonhos tornados realidade, este é , com certeza, um deles.
Esta é a história de Kiko e Teco, dois irmãos que se odiavam por completo. Eram totalmente diferentes, não em termos físicos, mas no seu carácter. Kiko era preguiçoso e Teco muito trabalhador. No entanto apesar de todas as suas diferenças tinham algo em comum: ambos sonhavam ser cantores.
Foram crescendo e um dia a mãe disse-lhes que teriam que trabalhar pois já não conseguia alimentar mais bicos. A mãe perguntou-lhes:
- Que profissão gostavam de exercer? Que rumo quereis tomar?
- Cantor! - responderam em coro.
Nessa noite , ambos combinaram que aquele que conseguisse ser cantor primeiro, o outro teria que o servir.
No dia seguinte, decidiram seguir cada um o seu caminho, à procura da fama.Mas para isso teriam que atravessar a floresta, recheada de perigos, para ir ter com o cantor dos Queen, que os lançaria no mundo do espectáculo.
Passados dois dias, Kiko ainda só tinha atravessado o rio e o vale das serpentes, pois preferia dormir. Teco, pelo contrário, já tinha percorrido o rio, passado pelo vale das serpentes, atravessado as poças venenosas e vencido as corujas anciãs.
Ao fim de uma semana, Teco tinha ultrapassado os derradeiros obstáculos, o lago das piranhas e a falésia, e já se encontrava com Freddie Mercury, há dois dias.
Passados dois meses, Teco estava em tournée pela Europa. A digressão previa a passagem por Portugal. Um dos espectáculos seria realizado no Teatro Tivoli.
Ao fim de um ano, Teco tinha conquistado a fama e tinha-se tornado uma das melhores estrelas mundiais. Quanto ao seu irmão kiko, nunca mais se ouviu falar dele. Seria para não ter de cumprir o pacto e servir o seu irmão ou, quem sabe, talvez esteja a fazer companhia às piranhas…
Diogo Filipe Soares nº11
Cláudia Ferreira nº27
O Flamingo…
Ele era o David e ela era a Maria. Dois seres humanos cuja vida tornou em apenas um.
David era brincalhão, simpático e paciente, já Maria era teimosa, preocupada e bastante organizada. Tudo começou num despropositado encontro num banco de jardim. Desde ai, começaram a aproximarem-se, a conhecerem-se e algum tempo depois chegaram a casar. A vida sorria-lhes! Tinham ambos bons empregos, uma boa casa e muito amigos com quem partilhavam as tristezas e as muitas alegrias da sua vida. Porém, faltava alguma coisa. Por mais posses, por mais dinheiro ou por mais amigos que tivessem, havia um espaço vazio por ocupar. E , pouco tempo depois, esse espaço foi preenchido. Maria deu a luz uma linda menina à qual deu o nome de Julieta. Finalmente as suas vidas ficaram completamente preenchidas.
Julieta era a mais doce bebé que poderia haver. E quase sem darem por isso, foi crescendo. E depois de aprender a andar e a falar, David e Maria começaram a contar-lhe história de fadas, dragões, príncipes e princesas. Mas no meio de tantas histórias fantásticas, havia uma que a fascinava particularmente. Estava escrita num pequeno livro cor-de-rosa claro. Falava de um flamingo que trocou os lagos de água morna pelas serras cobertas de neve. E a história é toda a volta da adaptação do flamingo à neve e do seu grande amor, que lá encontrara. Julieta nunca se cansava de ouvir aquela história. Ela fazia desenhos do tal flamingo, inventava outras versões e até fazia esculturas em plasticina e barro.
A vida foi então passando, e quando a pequena Julieta tinha cerca de oito anos, um acidente pôs termo à vida dos seus pais. Maria estava a cozinhar e David estava a por a mesa enquanto esperavam pela chegada da Julieta que estava numa festa de anos. Sem reparar, Maria deixou um pano de cozinha junto do fogão, e aquele simples acto gerou um incêndio. O sucedido foi noticia de primeira página em todos os jornais de toda a parte durante largos meses. E para Julieta o fim do mundo tinha chegado. Julieta não sabia o que seria a sua vida dali para a frente. Apenas sabia que ia viver com a sua avó Lurdes. Não era mau de todo, a sua avó até era simpática. Mas claro, não era a mesma coisa. Já não ia adormecer da mesma maneira. E pior que tudo, já não ia ouvir a história do flamingo da mesma maneira.
Uma parte da casa de Julieta não tinha ardido, portanto Julieta ainda conseguiu recuperar alguns pertences, como roupas, jóias, peças de decoração. Horas depois de se ter instalado na casa da avó Lurdes, Julieta reparou que lhe faltava uma coisa. Curiosa e inexplicavelmente tinha-se esquecido do pequeno livro rosa que continha a história do Flamingo da neve. Voltou a casa e vasculhou todas as gavetas, todas as caixas e todos os armários que resistiram ao incêndio até encontrar o tão querido livro. Mas nada! O livro não estava em parte alguma. Como é que é possível! No meio de tanta procura, apenas encontrou um dos muitos desenhos do Flamingo. Aquele pedaço de papel era a única coisa que tinha de recordação dos pais e da tão fantástica história. Julieta, enquanto olhava para aquele desenho, lembrava-se perfeitamente das noites em que não conseguia dormir, e a mãe lhe lia a história. Lembrava-se perfeitamente da primeira vez que o pai a levou ao jardim zoológico para ver os flamingos. Lembrava-se perfeitamente dos pais a ensinar-lhe a desenhar e a ajudarem-na a fazer aquele mesmo desenho. E aquele pedaço de papel velho, um pouco amaçado acompanhou Julieta no resto da sua vida!