Era uma vez um Flamingo que sonhava ser um grande voador acrobata para voar com amigos e impressionar o pai. Seu pai era um grande voador, ganhava todas as competições de voo. O pequeno Flamingo queria ser como o pai, fazia acrobacias, mas as mesmas não saíam direito e o pai não ficava nada contente com os seus resultados na escola de voo acrobático. Um dia o filho fartou-se de ver o pai não lhe dar o devido valor apenas porque não sabia voar como ele, por isso decidiu fugir durante uma semana para treinar o voo. O pai apercebeu-se logo do desaparecimento do filho e ficou desolado. Sentia que lhe faltavam dois pedaços do seu coração. Um desses pedaços tinha a ver com a perda do seu filho e o outro representava o erro de o ter submetido a tanta pressão. O pai procurou o filho por todo o lado, mas não o encontrou. Perguntou a alguns flamingos, que ele julgava serem amigos do seu rebento, mas que na verdade, passavam o tempo a gozar com a sua falta de jeito para o voo.
-Vocês não viram o meu filho? É que ele desapareceu há três dias.
-Não! Não o vimos voar, aliás cair…há algum tempo!
O pai continuou a sua jornada à procura do filho. Até que se lembrou de espreitar na casa da árvore que os dois tinham construído na floresta. Voou velozmente até lá , mas, mal o filho avistou o pai, fugiu. Bateu as asas o mais depressa que pôde, mas não conseguiu ser mais rápido que o pai. O jovem Flamingo lembrou-se de uma acrobacia que tinha treinado e procurou pô-la em prática, mas não funcionou. Desequilibrou-se e caiu entre duas pedras. Teve morte imediata. O pai olhou o filho, pegou nele e levou-o para o hospital, na esperança de o salvar, mas era tarde demais. O velho Flamingo não conseguiu aguentar a morte do filho e, num acto de loucura, foi ter com ele ao paraíso. Era para ele a única forma de emendar o seu erro e a garantia de que nunca mais se iriam separar.
Daniel Parente e Diogo Alexandre