segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pássaro do Amor




Era uma vez um flamingo que era muito, muito apreciado por pessoas de todo o mundo. Este pássaro detinha “o dom do amor”. Sem se saber como, conseguia entrar no coração das pessoas e juntar toda a gente. Bastava chegar perto dele para que o amor nascesse entre dois seres, humanos, animais, ou fosse lá o que fosse.

Para provar o que estou a dizer, vou contar-vos a história de um casal de peixes, o Micas e a Pipinha e, mais tarde, a de um casal de humanos, o Antunes e a Isabel.

Começando pela história dos peixinhos, convém desde já referir que o Micas e a Pipinha nunca se tinham dado bem, mas eram da mesma turma e, por isso, não podiam deixar de estar juntos. Diziam que se odiavam, gritavam-no aos quatro ventos, mas todos sabiam que lá no fundo o que eles queriam era ser amigos. Numa aula em que a turma deveria desenvolver um trabalho em grupo, a professora da Escola dos Peixes decidiu juntar os dois peixinhos, assim, aparentemente por acaso.

O trabalho deles consistia em pesquisar dados sobre o Flamingo mais conhecido do mundo, o Flamingo do Amor, como era mais conhecido. Pensaram então na melhor maneira de fazer aquele trabalho, de uma forma original, sem recorrer à Net, mas as ideias teimavam em não surgir. Então, com muito sacrifício, lá concordaram em escolher o caminho mais fácil: pesquisar no “Google”. E quis o destino que, logo ao começarem a pesquisa sobre o Flamingo, descobrissem que ele ia estar na semana seguinte numa praia muito próxima da pequena cidade onde moravam. Concordaram, de imediato, pela primeira vez, que iriam a essa praia para fazer uma entrevista ao flamingo.

Com muito trabalho dos dois, a entrevista ficou rapidamente pronta. Só lhes restava partir rumo à aventura. Com um mapa e uma mochila lá foram os dois peixinhos, até que chegaram à praia. Estava tudo numa grande agitação. Focos, luzes, flashes das máquinas fotográficas de milhares de pessoas que estavam ali para ver aquele pássaro maravilhoso. Tudo andava de um lado para o outro como os grandes cardumes de peixes.

Os peixinhos esperaram bastante tempo na esperança de que o flamingo os pudesse atender. Esperaram, esperaram até ser noite. Finalmente o flamingo foi falar com eles. Fizeram a entrevista e ,antes de partir, o flamingo dirigiu-se a eles e disse: “ Sinto que há algo entre vocês. Não consigo explicar, mas é forte.” Os peixinhos ficaram horrorizados. Eles não se suportavam como é que o flamingo podia sentir qualquer química entre eles?

Os peixinhos voltaram para a sua cidade, ainda um pouco intrigado com as palavras do Flamingo. A verdade é que, sem notarem, começaram a passar cada vez mais tempo um com o outro e sentiam que alguma coisa os estava a juntar cada vez mais. Aconteceu então, que numa tarde o Micas foi à casa da Pipinha para um trabalho de grupo e algo inesperado aconteceu, algo mágico. Um ambiente estranho pairava no ar. O amor estava lá e disso ninguém podia duvidar. E foi assim que terminou a história dos nossos peixinhos que acabaram por casar e ter um grande cardume de peixes bebés.

Agora vou contar-vos a história do nosso casal humano, O Antunes e a Isabel. Eles, ao contrário dos peixes, eram os melhores amigos do mundo, mas algo estava prestes a separá-los. O Antunes ia mudar-se para a Rússia e não havia maneira de depois a Isabel o poder ir visitar. Esta separação era inaceitável, por isso os dois amigos decidiram fugir, pelo menos até que os pais do Antunes mudassem de ideias.

Fugiram para Espanha onde andaram a vaguear pelas ruas à procura de um sítio onde descansar. Até que chegaram a uma praia onde tudo estava calmo e onde o ar era quente e macio, o que os fazia sentir-se bem. Procuram para ver se encontravam algum abrigo que os protegesse do frio e dos predadores da noite e acabaram por encontrar uma gruta. Adormeceram. No dia seguinte, ao acordar, viram que a praia calma em que eles tinham pernoitado já não parecia a mesma. Agora tudo estava numa confusão. De repente um grande pássaro cor-de-rosa escuro surge à frente deles e diz-lhes “ Vocês…, nunca na minha vida senti tal amor!” Os dois melhores amigos olharam um para o outro e pensaram que o pássaro era maluco, eles eram simplesmente amigos, como é que poderia haver amor? Mas nesse preciso momento parece que a magia aconteceu. O amor desvendou-se. O sentimento já existia dentro deles só que ainda não tinha vindo cá para fora, tinha ficado preso nos pequenos corações do Antunes e da Isabel, que acreditavam ser apenas “os melhores amigos”.

No dia seguinte decidiram voltar para Portugal e anunciar a todos que estavam apaixonados e que nada os podia separar. Os pais do Antunes foram para Rússia, mas deixaram-no ficar. Ficou com a sua amada, que no futuro se tornaria esposa e depois mãe dos seus filhos.

Estas duas histórias são espantosas, e parecem irreais…Mas acreditem! Estas relações que se foram desvendando nasceram por obra e graça mágica do

Flamingo do Amor...

Ariana Rodrigues, nº4, 7ºC